segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

C. J.

Andando desnorteado e exausto no bairro, em Tatuhy. Eu achei que era o cachorro do pedófilo do bairro, antes de saber que ele era pedófilo. Ele tinha dito que jogaria o cão na rua, pois minha mãe se recusou a pegar mais um cão. É assim, se você pega e sustenta te xingam depois, pois são muitos e latem, fazem barulho. Se não pega, explica que já tem muitos e coisa e tal, te xingam do mesmo jeito e jogam na sua cara que o animal, que nunca tem culpa, vai pra rua.
Marca de coleira no pescoço, sinal de maus tratos. Deixei no terreno, com as ratas, pra depois tentar adaptá-lo. Não gostou delas, chorava que não queria ficar lá. Onde colocá-lo? Burt já tinha batido nele, não queria mais um macho. Summer e companhia são xenófobos. Argos, Leela e Dakota? Nem pensar. Sobrou o casal 20, Frank e Pam. E pra lá ele foi. Amou Frank, brincava com ele, o seguia, foi uma folia. Frank também gostou nos primeiros dias, mas se cansou das exaustivas brincadeiras de C.J.. Meu pai o chama de formigão, pois ele realmente tem um cabeção. Eu o chamo de Cee Jay. Pra mim ele é o baixista dos Ramones. O fato é que C.J. aprendeu a pular o alambrado. Passou a visitar todos os canis. Pra minha surpresa ficou amigo do Argos, da turma da Summer e até do Burt. Ele realmente é atrapalhado, mesmo com o portão do canil aberto prefere pular o alambrado. Vai entender...

Só sei que C. J. é um cara legal, de bem com a vida. Estar perto dele me deixa feliz, me faz esquecer um pouco dos problemas e de todas as maldades que ouvimos por aí. Se eu precisasse de alguém pra vender felicidade, como faz uma certa pessoa que conheci, eu convocaria o C. J.. Só que ele faria de graça, com a maior boa vontade do mundo, só ia querer um pouco de carinho e companhia. É por isso que, apesar dos meus cães latirem até pra pipas no céu, sujarem as minhas melhores roupas e mastigarem alguns dos meus bens materiais, eu os amo tanto.

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