sábado, 25 de dezembro de 2010

Ozzy, o melhor cão do mundo

Filhotinho 100% vira-lata abandonado no meio de uma estradinha pros lados de Cotia. Estava pronto pra virar patê através de um Lada Niva...

Estava voltando de uma atividade externa do mestrado e ele lá no meio da estradinha me esperando. Veio fraquinho, entupido de vermes, chegou até a vomitar várias lombrigas, urgh. Isso e todos os filhotes que já recolhi/ajudei me deixaram com um certo problema na hora de comer macarrão espaguete... Era feinho, desengonçado, ninguém queria adotá-lo... Ozzy colecionou feiras de doação e anúncios na internet. Todos diziam que ficaria pequeno. Não ficou, cresceu muito! Conseguiu ser adotado por uma semana pelos donos de uma chácara vizinha da casa dos meus pais em Tatuí. Foi muito triste deixa-lo lá, pois ele não queria ficar. Já nessa época surgiam os meus problemas com a doação. Com o tempo eles não se resolveram, mas aumentaram e se agravaram. E muito.
Quando retornamos, uma semana depois (que mais parecia uma eternidade, diga-se de passagem), fui correndo vê-lo. Estava triste e se transformou quando nos viu. As pessoas reclamaram que ele tinha feito uns buracos no jardim. Disseram que não tinham grama no quintal e que nós tínhamos e que cães precisam mesmo é de grama. Concordei, é claro. Grama é fundamental para um cão. Com certeza! Como não percebi isso quando o doei? Nesse momento inicia-se a coleção de motivos esdrúxulos para a devolução do animal. Faço coleção disso também e adianto que foram ficando cada vez melhores!
Bom, lá fomos nós de volta com o Ozzy. Lembro-me dele rolando na grama logo que retornou, algo que sempre gostou de fazer. Acho que ele entendeu e quis mostrar que ele realmente precisava da grama, só pra voltar. Aquela noite ele dormiu comigo.
Quer saber? Agradeço a todos que não o quiseram e já digo: vocês não fazem idéia do que perderam! Um amigo de verdade, educado, protetor, fiel e que adorava abraçar! Sim, era só pedir “Ozzy, me dá um abraço?” que ele abraçava! Ah, antes que me esqueça: Ozzy vem de Ozônio. Coisas de químicos atmosféricos!

Ozzy envelheceu rapidamente. Sempre o chamamos de Ozzy Pluto por causa do osso na cabeça, sempre bem saliente. Com a idade seus músculos atrofiaram e o osso ficou ainda mais visível. Seu lado esquerdo começou a atrofiar. Começou com a pata dianteira. Não demorou muito para que não conseguisse ficar em pé. Nosso querido Ozzy estava definhando. Rapidamente. Eu tentei. Neurologista, exames, tomografia, remédios. Eu o carreguei para todo lado e nada conseguia parar aquela maldita doença degenerativa. Ozzy não mais se alimentava e chorava. Queria andar, correr e uivar com os outros cães. Não podia. Era muito sofrimento para o melhor cão do mundo. Sim, por mais que eu ame a todos, tenho que dizer: ele foi o melhor. De todos. Nunca amaremos um cão como amamos o Ozzy. Não podíamos deixá-lo sofrer. E como aconteceu várias vezes e continuaria a acontecer: mais uma vez a boa morte veio nos visitar.
Ozzy descansa no canteiro das roseiras, ao lado de sua mãe adotiva, Misha.

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