domingo, 4 de setembro de 2011

Alley

Eu não sabia, mas acabaria ficando com um bichinho de cada local que ajudei. Começou com o Alley... Morava num terreno imundo com uma mulher miserável que ganhava algum dinheiro como “lar temporário”. É muito difícil conseguir lidar com essas pessoas, então aquele lugar se transformou num verdadeiro depósito de animais e as pessoas sérias que queriam ajudar não davam conta dos animais e das doenças que proliferavam pela falta de higiene e cuidados. Foi uma luta...


 Ele era aleijado, deve ter sido atropelado e a pata ficou torta por não ter sido socorrido. Sua história é incerta, já que a tal mulher era, além de suja, mentirosa. Vivia preso numa corrente, lembro de ir lá ajudar a dar comida e um pouco de atenção pros coitados que lá “viviam” e ele puxar o chaveiro do meu bolso. Um dia eu insisti e o levei pra casa, magro, com giárdia, pavor de vassouras... Ficou imenso, parecia uma mesa de centro! Mesmo assim não arriscava e dormia ao lado do comedouro, traumas de quem já passou muita fome...


Alley viveu sua vida e um linfoma foi o responsável pelo seu fim. Na verdade, a boa morte teve que nos visitar mais uma vez quando Alley não quis mais comer. Ele, o fominha, que dormia ao lado dos comedouros e os mastigava quando não estava comendo para evitar que outros cães se aproximassem e roubassem sua comida, não queria comer? Sabia que era o fim e não podia deixá-lo sofrer.
Certos dias, no meio da latição, tenho a impressão de ouvir o seu latido, mas quando me viro para pedir que pare de latir, ele não está lá. Saudades do meu Alleychato...

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